O que é o Metaverso?

Em outubro de 2021, o metaverso foi criado por Mark Zuckerberg, fundador do Facebook.

Por
Flávia Melo
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De casamento a hospital, de shows a games, tudo indica que, cada vez mais, vamos ler sobre, falar de — e usar — o metaverso! 

Em outubro de 2021, o metaverso foi criado por Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, como uma holding que passou a controlar todas as marcas da antiga companhia, que foi oficialmente rebatizada como Meta. Mas, você sabe realmente para que serve, como funciona ou, mais importante, como ingressar no metaverso?

 

Como funciona o metaverso

Na prática, o metaverso funciona como um universo online 3D que compila múltiplos espaços virtuais. Você pode pensar nisso como uma futura interação da internet, e, na verdade, o metaverso já permite que os usuários trabalhem, se encontrem, joguem e socializem juntos nesses espaços 3D.

Uma curiosidade é que, apesar de Zuckerberg ter patenteado o termo metaverso, ele não foi o primeiro a usá-lo nesse contexto. A palavra já tinha sido utilizada em 1992, no livro Snow Crash, de Neal Stephenson, uma obra de ficção científica em que os personagens utilizam avatares de si mesmos para navegar por um universo online e se salvar de uma distopia capitalista.

Cerca de uma década depois, o conceito aparece novamente no jogo Second Life, um universo virtual 3D que simula um ambiente em que você cria seu avatar e lá interage com outros avatares.

Com outro nome — OASIS —, novamente o conceito de um mundo virtual, com óculos 3D, trajes especiais, avatares e uma economia própria aparece em Jogador Nº 1 (2018), filme de Steven Spielberg baseado no livro de Ernest Cline, publicado em 2011.

Como entrar no metaverso

Diferentemente das propostas da ficção científica e dos games, o metaverso ainda é fragmentado entre as plataformas por meio das quais você escolhe se conectar. Há várias empresas que disponibilizam seus próprios universos online — uns mais vastos que outros —, nos quais você pode escolher fazer sua iniciação.

Cada plataforma tem um objetivo bem específico. Algumas são voltadas para games e monetização do espaço, como The SandBox e Decentraland. Outras são voltadas para reuniões e ambientes de negócios, como a Horizons Workrooms. Outras, ainda, existem para socialização e vendas de NFTs¹ (Non-Fungible Token), como a Horizon Worlds, onde você pode ver shows — foi lá que aconteceu os shows da banda Foo Fighters e do rapper Travis Scott. A Horizon Worlds e a Horizons Workrooms são a mesma empresa, e ambas pertencem à Meta de Mark Zuckerberg.

O objetivo e temática do metaverso é você quem dita e, para exemplificar, veja o case da Horizon Workrooms.

Devido à pandemia de COVID-19, o home office se padronizou em diferentes empresas e, com isso, também as reuniões online pelo Google Meet, Zoom, Microsoft Teams, Skype e outras plataformas semelhantes.

O metaverso teve aí uma oportunidade de criação inovativa. A Horizon Workrooms são, na prática, espaços de sala para reuniões digitais dentro do metaverso, projetadas para serem usadas com ou sem óculos de realidade virtual, como o Oculus VR Quest 2.

Além de acessível por computador e mobile, podendo ser utilizada sem os óculos, a vantagem da Workrooms frente a um Google Meet, por exemplo, é que o espaço incorpora uma infinidade de funções com o intuito de “recriar” o mundo real no virtual. É claro, porém, que o ideal é usar os óculos se você quiser a experiência de uma imersão mais completa.

Vantagens e benefícios do metaverso

Ainda que o metaverso tenha sido mais associado ao entretenimento e reinventado como instrumento de interação social, sua função no setor industrial, por exemplo, pode trazer extraordinários benefícios.

Uma dessas oportunidades foi a criação e interação com o Digital Twin. A ideia por trás do Digital Twin, ou gêmeo digital, é criar uma réplica virtual completamente fiel a um objeto físico, de modo que esse modelo digital, ou planta digital, seja capaz de fornecer todas as perspectivas e dados importantes sobre a utilização de um produto.

Como a simulação do gêmeo digital é realizada em ambiente virtual, todos os detalhes do corpo físico, como especificações da máquina e dados técnicos, são cuidadosamente copiados para o software, criando uma integração entre as duas realidades.

O Digital Twin também permite aos usuários pesquisarem a linha de produção em detalhes utilizando realidade virtual (VR, do inglês virtual reality) ou realidade aumentada (AR, do inglês augmented reality).

Por isso, algumas agências já têm feito esse movimento, com a implementação de metaversos via The Sandbox ou Decentraland, desenvolvendo sua versão de “Digital Twin”, ou seja, uma versão online de seus escritórios.

Conclusão

A visão que existe por trás do universo e do termo metaverso é que, no futuro, assim como existem vários sites na internet, haverá vários universos em realidade virtual. Então, você poderia acessar o universo da Nike, comprar um tênis virtual lá e ir ao universo do Facebook mostrar seu tênis novo para algum amigo.

No momento, isso ainda não é possível porque tudo está fragmentado: cada empresa está construindo seu próprio universo sem conexão com os outros universos online 3D.

Por isso, o metaverso ainda tem que evoluir em sua acessibilidade e também em termos financeiros e digitais — o Oculus VR Quest 2 de 64 GB, que utilizamos como exemplo neste artigo, custa em torno de R$3.650,00, o que, no momento, faz essa tecnologia e experiência imersiva do metaverso potencialmente excludentes.

Isso não significa, porém, que o metaverso terá pouco alcance, já que está em constante evolução e, por isso, poderá eliminar essas lacunas. Portanto, o ideal é acompanhar o movimento e se inteirar da nova tendência, que traz potencialidades nunca exploradas e oportunidades em novas carreiras.

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¹ Um token não fungível é um tipo especial de token criptográfico que representa algo único.

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